O que faz com que uma pessoa seja doente?
A sua condição debilitada?
A sua fraca saúde?
O seu desequilíbrio mental e emocional?
Começo a acreditar que uma pessoa doente não é nada dessas coisas. Estar doente é, mas ser doente não.
Um ser doente é aquele que tem falta de esperança no mundo, nas pessoas, nos seus sonhos, no que o rodeia.
Os primeiros sintomas são: tristeza, apatia, desconfiança, desconforto em público, falta de excitação e tantos outros similares.
O que provoca esta doença é, normalmente, um desgosto abismal, que deita abaixo completamente a pessoa. Quando tudo o que ela acreditava cai por terra. Os conceitos de amor, amizade, compaixão, caridade, fé, comunhão desvanecem. Todos.
Mas será que há cura?
Talvez. Se perdoar o que o magoou ou se se perdoar a ele próprio por ter acreditado.
O problema do ser doente é que não se consegue curar sozinho. Mas só sozinho é que se pode curar.
Os outros podem tentar ajudá-lo, mas isso só vai provocar-lhe mais dor.
O ser doente fica mais doente ainda quando se depara com esta impossibilidade de voltar a ser o que era. Sente saudade. Quer ser feliz. Sentir-se livre de despreocupações.
Quer voltar a ganhar o controlo da sua vida, sentir-se o seu centro do mundo, importante e especial.
Quer acreditar piamente que nem toda a gente o vai fazer sofrer e por querer acreditar tanto não acredita nada.
O ser doente é o ser ingénuo.
E não quer parar de o ser.
Se não o for, já não é ele mesmo.
E o que há pior na vida, do que sermos alguém que não nós mesmos?
Sem comentários:
Enviar um comentário