Assim
como o pássaro canta para atrair a fêmea predileta, os seres humanos usam a
música para se unirem mutuamente. Ela faz parte dos momentos de partilha mais
íntimos de um casal, de todas aventuras vividas em conjunto, desde a construção
da mera amizade, até à consolidação da relação amorosa.
As
batidas que estão presentes nas saídas à noite, nos jantares românticos, nos
passeios e momentos divertidos com os
amigos fazem parte da história das duas pessoas que se amam. Depois, quando
estas já se conhecem o suficiente e partilham os seus gostos, começam a ouvir a
mesma música, a dar a conhecer um ao
outro aquela e outra canção, e essas canções fazem lembrar tudo aquilo que passaram
juntos e dos mais fortes sentimentos que nutrem.
Quando o casal
se separa por um curto período de tempo, sente saudade. E a saudade desperta o
melhor e o pior. Ambos começam a ouvir
desesperadamente as músicas que os fazem aproximar-se mentalmente do amado, a
criar playlists de consolo e a ouvir desalmadamente música romântica e triste. Mas é essa vontade de fazer presente o outro que expressa o amor que sentem.
Porém , quando o
casal se separa definitivamente: as canções que eram suas nunca mais voltam a ser
as mesmas. Transportam consigo toda a dor da separação, todos os bons e maus momentos, todas as gargalhadas, todas as lágrimas, assim como todos os sonhos e projecções para o futuro. É, simplesmente, algo inabalável, no entanto, viciante, por esse amor ter existido um dia, continuam a ouvir aquelas mesmas músicas, porque não são só um conjunto de sons e vozes que despertam emoções do passado, são emoções que se desejam no presente e para sempre.
A canção partilhada
nunca mais é a mesma que antes de se conhecerem e depois de se separarem. Vai ser sempre a canção de um história de amor.