terça-feira, 28 de janeiro de 2014
O Amor é Muito Difícil, José Luís Peixoto
Penso que o amor é muito difícil. Existem muitos obstáculos a que possa ser o absoluto que é. A palavra amor é uma palavra muito gasta, muito usada, e muitas vezes mal usada, e eu quando falo de amor faço-o no sentido absoluto... há uma série de outros sentimentos aos quais também se chama amor e que não o são. No amor é preciso que duas pessoas sejam uma e isso não é fácil de encontrar. E, uma vez encontrado, não é fácil de fazer permanecer.
José Luís Peixoto, in 'Notícias Magazine (2003)'
"A corda ainda prende o pé mas eu já fugi daqui tantas vezes"
O ser humano tem os pés atados. A corda tem o comprimento de um metro e quando é dado um passo, segue-se imediatamente outro. É assim que eu vejo o passado, o presente e o futuro: uma caminhada longa e injusta em que cada passo determina o seguinte. Voltar atrás com os pés atados é um grande risco e, às vezes, impossível.
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sábado, 25 de janeiro de 2014
Crio sonhos como quem cria saliva.
Os sonhos na minha mente
reproduzem-se tão rapidamente que dou por mim num embrenhado tão grande onde
não consigo distinguir o que é o sonho, quais são os meus sonhos e qual é a
realidade pura.
Tenho sonhos para o futuro e deposito sonhos em tudo o se
encontra no meu presente. No final, tudo o que se apresenta à minha frente é
uma grande ilusão.
Conecto-me com alguém
e está tudo estragado. Ou costumava ser assim…
Conheci alguém que, pela primeira vez, trouxe algo
verdadeiro e autêntico para a minha vida. Somos diferentes, pensamos de maneira
diferente, mas divertimos-nos tanto, mas tanto e somos tão unos.
Definitivamente, ele não é uma ilusão. E
se é um sonho, que se prolongue, por favor, por tempo indefinido.
A razão
Um professor – atentem que não é um professor qualquer, mas
aquele que me ensinou o que é literatura portuguesa - uma vez revelou algo que nenhum
de nós na turma tinha antes cogitado: que
nenhum poeta é feliz. Isto porque nenhum feliz escreve.
Não há nada para escrever quando se está feliz. Efectivamente,
os felizes passam o tempo a desfrutar da felicidade e não a perder tempo a
transcrevê-la. Só os descontentes se aventuram no mundo da escrita, partilham
sentimentos, histórias, desventuras.
É por isso que não tenho escrito… Tenho andado ocupada a ser
aquilo que gosto mais: Félix.
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